VENTOS E MOVIMENTOS DINAMIZAM O MUSEU REGIONAL DE ARTE

O Projeto de Extensão AviAção: Fotografia e Identidade do Outro Lado da Margem, idealizado pela artista visual Maristela Ribeiro, se propõe a realizar pautas discursivas sobre arte, valores culturais, identidade e patrimônio em Feira de Santana BA. Tratam-se de experiências articuladas entre alunos (8o e 9o ano do ensino fundamental) da Escola Estadual Juíza Lourdes Ferreira no bairro Aviário; docentes e discentes do IFBA; servidores e discentes do CUCA UEFS; produtores e artistas locais. A interconexão de trajetórias objetiva a composição de atividades com valor estético e social, tendo o ambiente escolar como ponto de partida para questionamentos e reflexões a respeito das fronteiras do nosso sistema social: “Arte a serviço de quem? O que se propõe e representa Contemporaneamente?” Apesar da complexidade implicada, a condução dos trabalhos se deu maneira lúdica e propositiva, não se tratando apenas de abordagens a conteúdos históricos e artísticos, mas, do esboçar de vivências entre memória e atualidade.

 

O convite a participar de tais expedientes possibilitou ao Museu Regional de Arte a gestão de um anseio maior, no tocante a requalificação da sua relação com a escola,   protagonizados aqui, na perspectiva descolonizante de alternância de papéis e poder comunicativo. A simbologia em torno de uma mostra fotográfica, agora em pauta, ensaiada por alunos da escola pública, na mais antiga e tradicional instituição museológica da cidade, implica visibilidade a um trabalho etnográfico visual,  sobre o cotidiano feirense do Aviário, legando-nos importantes aprendizados sobre conexões, nada aleatórias da malha da vida.

 

A magistral condução de Maristela Ribeiro sobre as condições do “ato de ver” transformado em processo artístico, materializa a socialização de pensamentos, e diferentes visões de mundo, inventariadas numa ação poética, diante do espaço, do território vivido, (que tão bem falou Milton Santos); e em seus atravessamentos: cotidiano-inusitado; individual-coletivo. Processo que nasce de uma inquietude, de sua relação e compromisso ético com as mudanças.

Que novos ventos continuem a soprar sobre a ação patrimonial feirense,  no MRA!

Cristiano Silva Cardoso

Diretor MRA

 

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