O fim das cores e começo da Graça: MRA 50 anos

Nesse 14 de março de 2017, terça-feira, deu início à desmontagem da exposição A Estética das Formas e das Cores na Pintura de Manoel D’Eça. As obras foram expostas no período compreendido entre 13 de fevereiro e 13 de março.

Nesse começo de ano, o MRA/CUCA/UEFS propuseram uma leveza e muita arte para seus visitantes. Localizado à rua Conselheiro Franco, marcada com forte histórico para a cidade de Feira de Santana, abrigo de muita cultura popular e contextos sociais variantes, o Museu Regional de Arte completa 50 anos nesse ano de 2017. Abrindo as comemorações, o MRA vem preparando e executando muitas atividades. E, a vitrine para as obras de Manoel D’Eça é apenas o primeiro passo.

O artista foi um dos  primeiros alunos das Oficinas de Criação Artística (OCA) do CUCA (UEFS) durante a década de 1990. Nesse espaço, que nutriu uma fértil amizade com Erivelton Figueiredo, professor e o artista e à época,  realizando variados estudos pictóricos. O trabalho de D´Eça já foi apreciado em diversas cidades e, em Feira de Santana,  já expôs no Centro de Cultura Amélio Amorin, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) e agora no CUCA.

“Com pinturas abstratas e que capturam a nossa atenção, nos fazendo tentar -de alguma forma- entrar na mente do artista, seu Manoel tem características próprias em sua arte. Seus trabalhos expostos mostram pinturas com traços e linhas abstratos e cores vibrantes.” (Mathues Oliveira, Garotos Distantes – Disponível em: www.garotodistante.tk )

Com 84 anos, preserva uma capacidade lúdica de tratar as linhas e as cores, abordadas de maneira vibrante e enigmática, desobrigando-o, inclusive, de seguir os postulados da representatividade para alcançar um resultado visual e o artista perfaz uma circulação pelos principais espaços culturais da região, reiterando a máxima de que arte não tem idade.

O tempo da Graça

Na noite da última quinta-feira, 23 de março de 2017, deu-se a abertura da exposição Meio Século de Arte, Graça Ramos em Pauta no MRA. A noite começou ao som da Banda Camutiê e prosseguiu com os discursos do Reitor Evandro do Nascimento Silva, da Diretor do Centro Universitário de Cultura e Arte Rosa Eugênia Vilas Boas Moreira de Santana e o coordenador do Museu Regional de Arte Cristiano Silva Cardoso representado por Marco Valério Caribé. 

Fotografia Hortência Sant’Ana

Nascida em 1948, na cidade de Feira de Santana, é uma artista formada em Artes Plásticas pela UFBA, tornando-se Mestra em Artes Plásticas pela Pensylvania State University – EUA no de 1980 e 17 anos mais tarde, 1997, concluiu Doutorado em Belas Artes na Universidade de Sevilla – Espanha. Ingressou como professora da Rede Estadual e Privada de Salvador no ano de 1972 e em 1975 torna-se professora do Departamento de Pintura da EBA – UFBA.

Participou de inúmeras exposições Coletivas e Individuais em salões nacionais e internacionais. Em 1997, palestrou sobre as “Novas rupturas do suporte pictórico”. Atualmente, vem trabalhando com técnica mista, caixas de luz, acrílica sobre tela.

 

As obras estão em exposição de 23 de março até 23 de maio no Prédio do Museu Regional de Arte, localizado na Rua Conselheiro Franco, nº 66, no campus do Centro Universitário de Arte.

50 anos da primeira instituição museológica da cidade de Feira de Santana

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Selo Comemorativo de 50 anos do Museu Regional de Arte – Arte de Gil Mário de Oliveira Menezes

 

Por Aldo José Morais Silva, historiador do CUCA/UEFS.

 

Em 26 de março de 1967 ocorreu a abertura das portas do primeiro museu da cidade, sendo, também, o primeiro a ser criado no interior do Estado, longe da capital. A inauguração do então chamado Museu Regional de Feira de Santana, além da presença da intelectualidade feirense, contou com a presença de artistas de renome nacional, como o pintor Di Cavalcanti. Havia autoridades locais e estaduais, além do embaixador inglês no Brasil, Assis Chateaubriand, grande empresário das comunicações da época, que doou boa parte do acervo da instituição.

O MRA nasceu a partir do projeto de interiorização das artes, criado por Chateaubriand, que visava a abertura de museus fora das grandes capitais do país. Mas hoje, 50 anos após o seu nascimento, qual o significado do Museu Regional de Arte (MRA)? Seguramente, é bem outro o cenário atual. Ao completar meio século de existência, o MRA, felizmente, já não figura solitário como instituição museológica no interior do Estado e, em particular, em Feira de Santana.

Nesse sentido, é impossível ignorar o papel pioneiro do museu feirense, não por mostrar-se um exemplo da viabilidade de projetos dessa natureza, mas por ser, em Feira, um espaço que de fato estimulou o desenvolvimento das artes visuais, realizando mostras e salões de arte (agora resgatados) e criando uma ambiência estimulante para o surgimento e afirmação de alguns dos principais nomes das artes plásticas, como Juraci Dórea, Graça Ramos, Cesar Romero e Gil Mário Menezes, artistas que, aliás, agracia-nos com a elaboração da identidade visual das comemorações pelo cinquentenário.

Os frutos desse papel vivificador inicial ainda são colhidos hoje. A cidade conta, na atualidade, com um cenário artístico consolidado e em permanente renovação, um legado direto do papel desempenhado pelo Museu Regional de Arte em sua trajetória. E se essa é a realidade feirense, o MRA já não tem mais a oferecer à comunidade? É justo o contrário. Numa sociedade cada vez mais plural e dinâmica, o MRA tem diante de si renovados os desafios de socializar o acesso à arte e o seu reconhecimento, nas suas mais diversas formas de expressão e linguagem. Fazer da arte um elemento presente, cada vez mais e cada vez mais cedo, na vida de todos é uma das principais funções do MRA. Essa é uma meta ambiciosa, sem dúvida, mas se a história do MRA tem algo a nos dizer, com tudo o que nos foi proporcionado nos últimos 50 anos, é que não se acomodarão seus dirigentes. Consequentemente, permanecerá sendo uma referência para a cultura de Feira de Santana e de sua região e um motivo de orgulho para a Bahia.

Identidade Visual 2016 – 100 anos do Prédio do MRA

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Emanoel Araújo, 1967, 75 x 66,5 cm, com a técnica de xilogravura.

A identidade visual e o layout do site do Museu  Regional de Arte tem inspiração na xilogravura de Emanoel de Araújo. Esse renomado  artista visual, com reconhecida atuação no campo curatorial, foi responsável pela 1ª exposição do Museu Regional de Arte no ano de 1967 em Feira de Santana.

Nesse no ensejo comemorativo, elaborou e doou uma xilogravura colorida ao museu. Foi nessa perspectiva de referendar a importância da instituição para a cidade de Feira de Santana e desse artista para a cultura brasileira, que projetamos a identidade visual do site, remetendo a figura de um boi sob o sol escaldante do sertão, numa composição rica em plasticidade e simbologia, visceralmente articulada a estética modernista, carro chefe do museu .

Edição comemorativa do Domingo Tem Museu

Nesse domingo, 26 de março, dia do aniversário dos 50 anos do Museu Regional de Arte, aconteceu a 7ª edição do Domingo Tem Museu. A edição comemorativa contou com a presença da música da Diretora do CUCA Rosa Eugênia Vilas Boas Moreira de Santana e de um grupo musical composto por Gibson Mattos (vocal), Isaque de Jesus (percussão), Letícia Lima (percussão), Lucas (violão), Fellipe Dias  (violão) e Caique Acauã (teclado).

A manhã esteve mais graciosa com a presença dos candidatos a Mister e Miss Feira de Santana Michele Estrela, Andréa Rosa, Renan Barbosa, Alex CruzJadson Xavier  e do diretor e colunista social Ailton Pitombo, juntamente com Betânia Knoedt.  

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